Acordei.Um pouco irritada,como quase sempre.Estiquei minha estadia na cama até onde pude.Chegou a hora de me arrumar.Peguei o ônibus,afinal,seriam as duas últimas provas,Português e Física.Minha mãe foi comigo,mais uma vez,afinal gosta de me dar segurança,e eu não estou muito a fim de recusar.Saindo do ônibus,encontramos colegas descendo a rua da escola.Pensei: “Acabaram a prova mais cedo.O professor já está liberando…Espero que mesmo assim me deixe fazer a prova,afinal,é raríssimo eu me atrasar…” Então fui subindo a rua da escola…cheguei lá,fui na sala de costume para fazer a prova,no segundo andar.Encontrei a sala vazia…
Então,fui às outras salas do segundo andar.Em todas.E só as encontrava vazias ou com alunos do terceiro ano.Subi para o terceiro andar,e encontrei o mesmo que no segundo.
Suando muito de tanto subir e descer escadas,fui até o térreo,perguntar na secretaria,afinal,onde a minha turma estava.Uma senhora me disse: “Segundo ano? A prova foi aplicada na própria sala,onde vocês têm aulas.” Ah,que alívio,minha busca chegara ao fim!
Me dirigi então à minha sala,que não se situa no prédio,é uma “casinha” acima da sala dos professores.Quando cheguei lá,avistei meus colegas na segunda escada,que leva à sala do lado da nossa.Olhei pra eles rapidamente e comecei a abrir a porta da sala.Ninguém.
Perguntei então aos colegas o que estava acontecendo.Me disseram: “Sakura,a prova de Física foi às 7:30,e o professor já foi embora.” “-E a de Inglês?” “Também.”
Corrigindo o início da postagem: A segunda prova era de Inglês,e não de Português… Pra vocês verem como a minha mente anda confusa ¬¬ Voltando ao assunto,então fui à secretaria,saber se haveria 2ª chamada,enfim,um meio de “resolver minha vida”.
Cheguei lá,minha mãe estava conversando com a diretora,afinal surgiu outro problema: Um erro no meu boletim(que também aconteceu com outros alunos),que ao invés de 5 pontos no primeiro bimestre,estava apenas 0,5.O que me prejudicaria muito.
Aí eu disse o que tinha acontecido,que as outras provas nos outros dias foram às 10:30 e eu achei que essa seguiria o mesmo padrão,mas me enganei.Me senti um lixo,como se minha memória tivesse me traído,afinal,sempre fui se não “a”, “uma” das alunas mais atentas da sala com datas,prazos,horários e ultimamente,estou tão esquecida e confusa,que nem pareço a mesma pessoa.
A diretora e uma senhora que a auxilia com os papéis,notaram (tanto pela minha expressão como pela quantidade de papéis do psiquiatra que minha mãe leva para comprovar que estou falando a verdade) que eu não estava brincando.Diria que elas até tiveram pena,não sei.Ou apenas compreenderam a situação.Então,me deram a lista de chamada e uma cópia da prova de Inglês.
Estava muito fácil.Eu lia e respondia.Se demorei 5 minutos,foi muito.E eu gostaria de obter a resposta pra essa pergunta: Como eu esqueço horários,dias,confundo matérias e não esqueço o que sei de Inglês? Misericórdia divina? Ou o esquecimento afeta apenas parte da minha mente? Enfim,por enquanto não sei.A senhora até me elogiou pela rapidez,e eu agradeci com um leve sorriso.
Então,era hora da prova de Física.Não estavam encontrando-a.Procuraram,procuraram e procuraram,e chegaram à conclusão de que o professor tinha a levado consigo.A diretora não se conformou com isso,então se lembrou da matriz.Então,a senhora que a auxilia,foi rodar uma xerox.
Esperei pacientemente,e absolutamente calada.Felizmente a Depressão não afeta minha voz,porém,sinto pouca vontade de falar.É como se o silêncio fosse mais confortável.E quando falo,falo muito mais baixo do que o habitual.Quase sussurrando.Se tem uma coisa boa nisso,é que lembro de uma brincadeira do Facebook,que insistentemente fazem com a Britney Spears,por ela usar playback,colocam uma foto dela com a legenda “apenax calada”.Bom,um meme que me compreende
Aí,a prova me foi dada.Nunca me interessei por Física ou qualquer Ciência Exata,mas,precisava passar de ano.Comecei a fazer a prova,do jeito que sabia.Não tinha estudado na noite anterior,estava estressada,não conseguiria me concentrar.Então comecei.De repente,me veio uma luz à mente: Matérias anteriores,que tinham algo a ver,e um colega,dois dias antes,que me deu uma breve,mas boa explicação da matéria via Internet.
Então,com tudo mais claro,fui fazendo a prova.Não devo ter gabaritado,mas,tenho quase certeza que consegui tirar uma nota no mínimo suficiente para ser aprovada.Então,mais tranquila,entreguei minha prova,encontrei minha mãe e fomos embora.Pelo caminho,disse a ela a luz que me ocorreu.Então ela disse,que assim que eu comecei a fazer a prova,ela começou a orar.Não ando muito religiosa nem crente ultimamente,porém…
Se foi esse Deus da minha mãe que me ajudou,eu O agradeço.Não o conheço,mas agradeço.
Então,saindo da escola,fomos à casa de uma prima minha.Minha mãe ficou em casa com minha tia,afinal ela passa muito tempo sozinha (principalmente quando estou na escola) e é bom ela se distrair.Minha prima precisava fazer compras,então fui com ela. Gostei do passeio.Vi lojas,dei opiniões,tomamos sorvetes… Fiquei com dores e tonta algumas vezes,o que já é quase “normal”.Ela,antes de sairmos,se mostrou disposta a me apoiar em algo que eu sentisse.Mas eu não quis incomodá-la com minhas sensações,afinal,sair com uma pessoa que fica reclamando de tontura toda a hora,deve ser chatíssimo.
Então,do passeio,vim direto no ônibus para a minha casa,como tinha combinado com minha mãe.E minha prima foi para a dela.Finalmente,eu chegaria em casa e poderia descansar meu corpo cansado,depois de tanto andar.É bom pegar um ar da rua,mas cansa.
Minha cadela pulou,me saudando,porém assim que abri mais a porta,ela saiu para a varanda,procurando minha mãe…
Coloquei um pouco de ração para ela,afinal estava sem,e fui checar e-mail,rede social… Depois fui descansar um pouco.De repente,me deu um vazio absurdo: Depois de ter passeado,resolvido minha vida na escola,eu estava triste.Inexplicavelmente.Fiz carinho no meu animal e isso ajudou a aliviar a sensação.Liguei para minha mãe,e ela já estava no caminho de volta para a nossa casa.
Ela chegou.A abracei,afinal sentia sua falta.Nossa cadela deu belas boas-vindas a ela,melhores do que a mim.A cadela deve achar que minha mãe também é mãe dela rs…
A sensação de tristeza e vazio passou,por breves momentos.Senti uma vontade que tem sido constante: Ter um porão em casa.Lugar sem janelas,escuro.
Para eu ficar num “ambiente calmo e silencioso”,”sozinha com meus pensamentos”.A ideia é absurda até pra mim,afinal precisa-se de janelas para pegar ar,ver o céu etc.Mas eu sinto essas coisas,quase incontroláveis.Desejo,de ficar num lugar sombrio onde ninguém me incomode.Mas,espera,isso me deixaria pior! E do mesmo momento que “não quero ser incomodada”,fico feliz quando vejo meus colegas de escola por exemplo e eles me cumprimentam.Quero estar acompanhada,mas também quero estar sozinha.Não sei o que optar! E isso ficou bem claro,com um exemplo hoje: Minha prima perguntou se eu queria água ou Coca-Cola.Hesitei MUITO em responder.Acabei escolhendo água,com dúvidas,mas escolhendo. Nesses dilemas todos,de não saber o que eu quero,eu tenho uma certeza,talvez a única: Eu quero PAZ.Que isso passe.Que minha mente fique tranquila.Não ‘tranquila’ de apática,de não estar triste nem feliz,mas tranquila de estar ‘normal’,o que eu não tenho visto nos últimos tempos.
Mas,só lembrando… uma coisa que aconteceu hoje: Enquanto estávamos eu e minha prima indo de loja em loja procurar o que ela queria,um vendedor,senhor idoso,no caixa,olhou pra mim e disse: “Você não dá um sorriso?” Então sorri.Muito sem graça e forçadamente,mas sorri.E então voltei à “poker face”.Minha prima,inclusive na rua disse: “SAKURA! Muda essa expressão,por favor!” Tentei fazer uma cara menos séria.Melhorei um pouco,mas não muita coisa.Me sinto idiota quando sorrio sem vontade.Prefiro ficar de “cara amarrada”,demonstrando meus verdadeiros sentimentos,do que com um sorriso falso no rosto,que me faz sentir muito,mas muito pior.
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